A era da beleza

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Vivemos tempos muito diferentes, tempos difíceis onde as imposições vivenciadas em nossos dias em torno do corpo perfeito, da beleza feita nas clínicas médicas, estéticas são vistas como “perfeito, ideal” e consomem toda uma geração.

As consequências deste “corpo perfeito” imposto pelo social, escraviza toda uma geração de meninas e meninos escravizados pela alimentação restritiva e/ou evitativa, horas excessivas de treinos em academias ou espaços abertos, buscas desesperadas por tatuagens, cirurgias plásticas, correções faciais, capilares e outros, tudo para se sentirem pertencentes a um grupo, e não ficarem mais isolados, excluídos, mas pertencentes, aceitos, abraçados.

Com isto, nesta era da corpolatria, idolatria ao corpo, o mais importante é o externo, as regras coletivas, e o menos importante é o seu próprio eu, o quem é você.

Estamos com uma geração com problemas de identidade pessoal, baixa autoestima, que não sabem pedir ajuda, nem conversar com respeito com as figuras de autoridade.

Somos invadidos o tempo inteiro por informações, programas, realitys, que influenciam diretamente o comportamento de muitos que assistem e acreditam e querem mudar suas vidas para tornar-se outra pessoa, negligenciando seu próprio eu, sua própria história. Querem trazer o universo das telas para seu dia como se tudo fosse real, aceito, perfeito, sem defeito.

Comunicamo-nos também através do nosso corpo, de suas formas.

O corpo tornou-se um objeto de culto, adoração, trazendo obsessões e compulsões na saúde, higiene. Sendo o corpo, um investimento com altas exigências a saúde.

A corpolatria, é a preocupação excessiva com a aparência e traz distorções na imagem corporal, onde pequenos defeitos que marcam nossa individualidade são vistos como grandes defeitos, sendo necessário, correção, a “beleza imposta” e a magreza exagerada é vista como um dever social, está para além do estético, é moral, é obrigação, é aceitação.

Cuidar do próprio corpo é prazeroso, é pela saúde e bem-estar.

Porém, nesta era da beleza este cuidado é esquecido, negligenciado, confundido, excessivo, tornando-se um ideal de vida, que traz inquietações, ansiedade, stress, esvaziamento de si, restando somente a capa, a aparência feita a qualquer custo.

Basta pararmos para assistir o jornal ou algum programa de tv que lá estão pessoas como nós falando de erros, acontecido devido a seus exageros, e isto vai de uma cirurgia plástica não necessária a uma simples unha em gel colocada com material não reconhecido.

Tempos difíceis onde nossos jovens vão se perdendo deles mesmos, o mundo tornou-se uma arena e precisamos lutar e lutar pela sobrevivência, não apenas a sobrevivência de alimentos, mas para serem aceitos, pois não se aceitam, não compreendem quem são.

Nosso corpo precisa ser respeitado, a individualidade precisa ser respeitada, sendo preciso respeitar o outro para poder ser respeitado, cuidar de si para existir com sua individualidade e valoração.

SERÁ QUE A CIRURGIA BARIÁTRICA É PARA VOCÊ?

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Quando falamos em cirurgia bariátrica, temos que nos lembrar que em primeiro lugar é um procedimento evasivo, que precisa ser conversado com uma equipe multidisciplinar, para se ter um entendimento se é para o que você esta precisando. Sim a palavra é precisando e não querendo.

Quantas pessoas vemos que vão procurar determinados procedimentos porque está na moda, porque ouviram falar nas mídias sociais, porque deu certo para um famoso e coisas assim mas na realidade não sabem, como funciona e qual sua parte do esforço.

Bem vamos entender alguns pontos para ficar mais claro.

Em primeiro lugar, é preciso entender que não é um caminho mais fácil e mais simples. Obter bastante informação não apenas do que o médico fará e como fará, mas todo o processo de alimentação, comportamento, emocional, mudança de vida que virá após a cirurgia. Neste momento é tirar todas as dúvidas, conversar com a equipe e entender que a cirurgia bariátrica é uma ferramenta.

Segundo lugar, e de extrema importância que a obesidade é uma doença crônica, como hipertensão, diabetes, depressão e outras, entendendo que a cirurgia não vai curar a obesidade. Pensamentos como: “após a cirurgia nunca mais vou engordar, estou livre para a toda a vida.” São irreais.

Após a cirurgia é preciso uma mudança de vida para continuar com o emagrecimento, é uma mudança no estilo de vida, que já deveria ter ocorrido e agora como nunca precisará acontecer para ter os resultados adequados.

Terceiro lugar, quem decide por fazer a cirurgia é você o paciente e não os amigos, parentes, vizinhos.

Quarto lugar, É preciso entender que a obesidade tem que ser tratada no

tripé: controle emocional, atividade física e alimentação

onde muitas pessoas não querem emagrecer, querem ser emagrecidos, entenda é 50% cirurgia e 50% a pessoa.

Somos individuais cada um possuí um metabolismo, uns mais acelerados outros mais lentos e a cirurgia vai responder a cada pessoa de uma forma.

Trabalhar o emocional é importantíssimo, pois precisamos cuidar das dores, do comer exagerado, das compulsões alimentares e fazer com que se tenha prazer a mesa e liberdade a cada refeição.

Entendendo e cuidando deste tripé emocional muitas pessoas nem vão para a cirurgia, mas transformam-se neste caminhar.

Espero que tenha ajudado a fazer você entender um pouco o que está por trás que não tinham te contato.

Bjs

Marta Strele

Psicóloga Clínica

Especialista em transtornos alimentares, emagrecimento, obesidade, cirurgia bariátrica